terça-feira, 26 de junho de 2012

Reportagem Portal G1

26/06/2012 15h08 - Atualizado em 26/06/2012 16h53                              MARINA NOVAES da Folha Online

Família de Rachel Genofre processa Estado do Paraná por danos morais

Familiares não querem indenização em dinheiro, mas em políticas públicas.
A família de Rachel Maria Lobo Genofre, de nove anos, assassinada em 2008, entrou com uma ação contra o Estado do Paraná, no último dia 15 de junho, por danos morais. O motivo são as falhas cometidas pela Polícia Civil, pelo Instituto de Criminalística e pelo Instituto Médico-Legal (IML) durante a investigação da morte da menina.
O corpo da garota foi encontrado em uma mala, abandonada na rodoviária de Curitiba, com sinais de estrangulamento e violência sexual. A menina desapareceu dois dias antes, após sair da uma escola pública em que estudava no Centro da capital.
Para a tia, o caso poderia ter uma solução se a polícia conduzisse as investigações de forma diferente. “Muitas perícias necessárias não foram feitas e isso é imperdoável”. Entre elas, a falta de coleta de DNA em baixo das unhas da criança e também das marcas de mordidas em seu corpo.
A família não reivindica indenização em dinheiro. “Pedimos que o Estado responda com politicas públicas que evitem que crimes como este voltem a ocorrer”, explica Maria Carolina. A ação também solicita que recursos financeiros e tecnológicos sejam investidos para desvendar ações de criminosos.
Sem solução, a tragédia continua provocando angústia entre os familiares da menina. “Acredito que a gente só vai conseguir voltar a viver depois de entender quem foi e o porquê fez isso com o nosso maior tesouro”, desabafou a tia. Ela disse ainda que só irá dormir tranquila quando vir o assassino atrás das grades. “Precisamos garantir que esse monstro não coloque as mãos em nenhuma outra criança”.
Inquérito
O inquérito policial do caso continua em aberto. “Por lei, a polícia tem 30 dias para concluir o inquérito e o prazo pode ser prorrogado por mais 30. No caso da Rachel, já faz 3 anos e 8 meses”, relata a advogada da família, Cássia Bernardelli.
De acordo com ela, a ação ainda propõe a criação de uma legislação com o nome de Rachel que puna o estado em casos de negligência na proteção e na investigação de crimes contra crianças e adolescentes.
Após a morte da menina, vários suspeitos foram presos, mas liberados em seguida, após exames de DNA confirmarem que eles não eram os autores do crime.
O G1 entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) e aguarda resposta do órgão.

 
 
 
 
"Acredito que a gente só vai conseguir voltar a viver depois de entender quem foi e o porquê fez isso com o nosso maior tesouro"
Maria Carolina Lobo Oliveira - tia de Rachel


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