terça-feira, 26 de junho de 2012

Reportagem Folha de São Paulo

25/06/2012 - 19h59                                                                                   ESTELITA HASS CARAZZAI                                                                                                       DE CURITIBA
 Família de menina encontrada morta em mala no PR processa Estado

Quatro anos depois da morte da menina Rachel Maria Lobo Genofre, 9, cujo corpo foi encontrado dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Curitiba, a família da vítima entrou com uma ação contra o Estado para que mais recursos sejam destinados às investigações de crimes de pedofilia no Paraná.
O inquérito policial do caso, que continua aberto, ainda não apontou o responsável por ter estrangulado e violentado a criança, mesmo após três suspeitos terem sido presos e liberados por incompatibilidade de DNA.
A ação contra o Estado, ajuizada na semana passada pela mãe de Rachel, a educadora Maria Cristina Lobo, 32, sustenta que houve uma "sucessão de erros" da polícia, especialmente na coleta de elementos da cena do crime.
Ela cita a falta de coleta do DNA debaixo das unhas da criança e também das marcas de mordidas em seu corpo, além de depoimentos colhidos de forma "superficial".
Rachel sumiu no trajeto de 200 metros entre a escola onde estudava, no centro de Curitiba, e o ponto de ônibus, em novembro de 2008. Seu corpo só foi encontrado dois dias depois.
"PRIORIDADE DE ESTADO"
"Não é um crime fácil de solucionar. Não temos nenhuma testemunha, ninguém viu a Rachel desaparecer, não tem imagem em câmera, nada", afirma a delegada responsável pelo caso, Vanessa Alice, segundo quem "a polícia inteira do Paraná" trabalha no caso.
"Qualquer denúncia que chega até nós, qualquer crime que envolva violência sexual contra criança, seja onde for, nós vamos atrás."
Até agora, cerca de cem criminosos tiveram o DNA comparado ao colhido na cena do crime --nenhum compatível. O caso conta com um investigador exclusivo desde o seu início e é considerado "prioridade de Estado" pela cúpula da polícia.
Entre os pedidos da família na ação está a criação de um instituto para apoio às famílias de crianças vítimas de crime e a reestruturação do banco de DNA dos suspeitos de pedofilia no Estado.
"Eu tinha duas opções: esquecer e me entregar ou correr e lutar", diz a mãe.

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